11.12.06

NORTE

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NORTE (Há um norte em todos os caminhos

Em todos os caminhos há um norte) . 2005
Nicholas PetrusObjeto (madeira, metal, tinta látex, papel de seda e impressão em acetato)
Dimensões variadas


TRÊS MOMENTOS PARA UM ARTISTA DE SEGUNDA MÃO | 110 X 105CM
leia o texto desta obra


ME, MYSELF AND HER | triptico

HER NORTH | 70 x 80cm


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ME (NORTH DESIRE) | 80 x 70cm


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MYSELF (NORTH DESIRE) | 80 x 70cm


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NORTH/SOUTH | 105 x 80cm


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NORTE | 120 x 30 . cada


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TRANSITÓRIO | 65 x 110cm


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SOUTHERN LOVERS | objeto de piso com luz | 140 x 85 X 9cm


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COLETANDO UM NORTE
Por Nicholas Petrus
Dizem que temos instintos. A formulação mental da "posse" seria uma manifestação instintiva (?).


Construção burguesa ou não, a posse de algo permite uma opinião sobre Arte.

A criação é algo individual (se não individualizado) de um ser humano social. É em sociedade que as "criações" humanas adquirem sentido.
Podem me falar de movimentos coletivos na arte... deixemos isso para uma próxima ocasião, por hora pensemos também nesse instinto humano da coletividade como uma necessidade individual. Recaímos então para a determinação de uma separação entre o instinto individual e social? Não. O individual e o coletivo serão sempre contrapontos. Entretanto, se o instinto de coletivizar-se é individual, ou seja pertencente a todos, a coletivização e a individualidade são manifestações diferentes de um mesmo instinto: o identitário, o reconhecimento de seu semelhante; ambos somos seres humanos.

A criação implica em criar algo. Se não falamos em criar uma lança para estocar na presa ou no inimigo, mas em criar obras de arte, falemos em criar uma lança para estocá-la!

Esse "algo" é material? Espiritual? Efêmero? Discurso? Conceito? Enfim, é "algo" que compreendemos, mesmo se arriscamos a dizer que não. Neste momento sim e não significam a mesma coisa: que temos palavras, códigos, signos, símbolos, abstrações, racionalidades e etc, para o conhecido e para o desconhecido. O desconhecido seria tudo aquilo que se conhece "mais um" (tudo+1, ou seja impossível), mas por outro lado, mais calmo, podemos pensar que o desconhecido está na totalidade.

A lança, então, nos protege do medo. Nos aproxima, nos faz querer conhecer mais o "desconhecido". O medo é a angústia e agonia da revelação do desconhecido, de sua possível humanização.

Nosso corpo é nosso limite. Nossa comunicação, a construção da "alma". Nossa memória a chave para a verdade. "Algo" criado contém tudo isso (algo de nosso corpo - físico, algo de nossa alma - espiritual, algo de nossa memória - crença), mas não é mais algo individual, não pode mais nos pertencer, mas apenas nos conter.

A lança, o imaginar-se dando a estocada, essa força transportada ao objeto não é mais ele mesmo, ele é uma lança (ou pior, um pedaço de madeira). Porém, a lança só pode conter toda essa força, se alguém ensina como ela funciona. Os "outros" devem conhecer o poder que existe naquela criação. Conhecer é lembrar.

Passamos a temer a lança pois desconhecemos os possíveis movimentos de quem a porta, não dela em si. Tememos a arte com a lança, a posse, o domínio do indivíduo na Arte da Lança.

"...arte ou conjecturas do tempo e do espaço, apenas o movimento próprio do existir, de ser o tempo todo um só. Placas de um percurso, 'desplacas' da minha intimidade, e quem quer saber? São outra coisa, não mais eu. Isso é arte? aquilo que vem de dentro e não é mais particular? Privado? Dá pra viver com arte então."

O trabalho NORTE (Há um norte em todos os caminhos/Em todos os caminhos há um norte), foi feito com placas de sinalização das propagandas imobiliárias irregulares, colocadas intensamente na cidade de São Paulo no ano de 2005.
Placas obtidas por apropriação do artista ao longo de 2005.
Aproximadamente 75 placas no total.
Os percursos foram realizados a pé durante madrugadas de sábado para domingo (a maioria das propagandas eram colocadas na madrugada de sexta para sábado, e retiradas no domingo para segunda. Outras permaneciam semanas e meses no mesmo lugar.).


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